Chega um momento em nossas vidas de dedicação à medicina que você já estudou tanto que acha que já sabe muito. E é aí que você tem que se dar conta de que o horizonte do aprendizado é tão vasto quanto a sua ignorância acadêmica.
É fácil cair nas armadilhas do: isso eu já fiz uma centena de vezes; esse caso é muito trivial; próteses de mama é sempre a mesma receita de bolo...e assim segue a lista de supostos conhecimentos imutáveis. Difícil é baixar a guarda para o novo, para se reinventar. Isso em todas as áreas, mas parece particularmente, mais comum, na área médica, paradoxalmente.
A tecnologia não para de se renovar. As mídias sociais vieram para ficar. Você é testado a todo momento, avaliado, vigiado. É o novo que te engole, se você não se antenar.
E é assim, com a medicina. Na minha área, a cirurgia plástica, isso é bem evidente. É praticamente impossível você ler todas as publicações que saem todos os dias dias nas revistas especializadas. Assim, ir a congressos, nos ajuda a discutir, rever conceitos, aprender com os que mais estudam ou fazem determinado procedimento, interagir com cirurgiões de outros estados e países. É um mundo tão vasto de inter-relações pessoais que definitivamente não pode deixar de fazer parte da continuação do aprendizado que outrora tivemos na fase de residência médica.
Desde que comecei a minha formação em cirurgia plástica em 2008 que eu não falto a nenhum congresso Brasileiro de Cirurgia plástica. Faço isso com o gosto de quem está começando do zero, e que aos poucos, começa a enxergar, no horizonte do conhecimento, que nunca saberemos tudo, mas podemos aprender cada vez mais, para assim, melhor ajudar aos que nos procuram todos os dias em nossos consultórios para melhorarem as suas autoestimas.
Matéria por
Michel Patrick Do Amaral Silva
Cirurgia Plástica CRM/MT 4414 | RQE: 2714 | Cuiabá